terça-feira, 29 de maio de 2012

Devaneios ...

Boa Terça a Todos

De uma maneira bem simples. Eu só precisava escrever ...







Não sei em que ponto do caminho eu me perdi. Na verdade acredito que já vinha errado a muito tempo, e só quando me deparei com o que realmente queria pude ver o quanto estava perdido.
 
Ações egoistas e cotidianas maquiavam o dia a dia, até que me percebi diante de uma vida que nunca pensei ter. Sonhos ? Não até aquela sexta chuvosa de carnaval. Sem pretensões? Ai a coisa muda de figura. Ambições essa era a palavra certa.
 
Engraçado como quando te falta inspiração, tua própria desgraça salta a página, como se fosse o contentamento do descontente.
 
Eu aqui deitado nesse chão gelado não ligo para o Sol que bilhalá fora, meu pensamento esta em outro lugar, num lugar que eu não pertenço, mas é onde eu queria estar. De um momento para o outro tu passa de ambicioso a sonhador, de onde o um se torna o todo. Quando a vida tepresenteia com a dádiva que muitos sonhos.
 
Vão dizer ao ler esse texto que eu nao tinha mais nada para escrever. E é verdade, não mesmo, esse apanhado de palavras é só um retrato do momento de despertecimento atual. Olhar para mim e ver além dos que seus olhos podem enxergar não acontecerá, desenvolvi uma nobre habilidade de passar despercebido, então tu nunca olhará nos meus olhos para ao menos tentar me dizer qualquer coisa que possa valer a pena ser dita. Como se por acaso eu com toda a minha modestia fosse escutar.






Anderson Rodrigues



^PAR^

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sopros do Oceano 3 - Um Mundo Brilhante

Bom dia, mais uma vez estou sobre a patuta dessa sessão e com um enorme prazer por falar de um livro que li, "devorei" e gostei.
Recebi esse livro através de um book tour e fiquei muito interessado pelas histórias e pelos conflitos que o personagem principal apresentava, mas rolava a desconfiança de uma autora não muito conhecida, e um lançamento que pouco havia sido comentado, mas eu encarrei as trezentas e poucas páginas de "Um Mundo Brilhante".
Espero qeu gostem e desejo a todos uma ótima leitura








 




Titulo: Um Mundo Brilhante
Autores: T. Greenwood
Editora: NOVO CONCEITO 
Ano: 2012
Edição: 1
Número de páginas: 336 
Genero: ROMANCE














 
Resenha: "Um Mundo Brilhante" 






Na história Ben é um professor adjunto de história que decide morar numa cidade pequena e pacata, o total oposto de onde cresceu e estudou (Washington DC), onde ele tem que trabalhar tanto como professor nas manhãs, e como barman para completar o orçamento, sua noiva Sarah é enfermeira, noivado que Ben começa a pensar que foi um erro. Quando se conheceram Sarah era a alegria em pessoa, super otimista, tudo o que Ben não era, isso o fez se encantar e se apaixonar por ela, ela era o sopro de felicidade na vida quebrada e incompleta desde os 11 anos de idade de Ben.
 
Numa manhã fria, depois de uma nevasca, ao sair de casa para pegar o jornal Ben encontra um jovem índio caído e coberto por neve, sendo sua noiva enfermeira ele a chama para dar os primeiros socorros ao rapaz enquanto a ambulância não chega, a visão do jovem caído mexe com o casal, Sarah não esquece da cena chocante "ele era tão novo" ela dizia, isso faz com que Ben vá até o hospital para ver o estado do rapaz, chegando lá descobre que ele esta na UTI mas que não resistirá, e acaba conhecendo a parente mais próxima do rapaz.
 
As dores e perdas acabam aproximando-os, Ben se vê em um grande dilema entre se entregar a esse novo sentimento, ou permanecer com Sarah, tudo se complica ao passo que Ben se aprofunda na investigação do agora assassinato do rapaz, ele esta cada vez mais perto do novo e deixando aos poucos o conhecido.
 
A história é conflitante, com um protagonista que em muitas vezes tem pouco de herói, que age muitas vezes por vontades inatas do que por um ato de nobreza. Ele revê muitos momentos que ele considera decisivo em toda sua vida, e tenta ter atitudes que não tiveram com ele. Ben começa uma jornada interna para descobrir o que ele quer para si, mas descobre como diz o slogan do livro "O que fazer quando o Mundo em que você vive, não é o lugar a que pertence?" 




Anderson Rodrigues



^PAR^












domingo, 13 de maio de 2012

Vicente






Olá, bom dia

Recentemente postei o sétimo capitulo de uma história chamada "Vicente" para quem ja conhecia meu trabalho, foi só um retorno, e uma grata surpresa (muitos chegaram a achar que com a mudança de blog, "Vicente" ficaria no passado). Mas para quem não conhecia a história nem o personagem pode ter parecido algo sem nexo. Por isso hoje passo a postar os capitulos de 01 a 06, para que todos posso conhecer um dos personagens mais carismaticos que eu ja criei, e o primeiro.

Espero que gostem e boa leitura


















Vicente - Capítulo. 01 



“Lembranças que vêm com a chuva, que lava a alma dos que acham que nunca mais vão amar, e traz na sua brisa os doces momentos que ficaram para sempre, de onde jamais deverão sair. “





Vicente acordou no meio da noite, jogou o lençol para o lado e sentou-se na cama por um breve momento antes de se levantar, por um instante teve a impressão de algo ter tentado tocar-lhe as costas, mas não deu importância. Vestido apenas com a calça do pijama, foi em direção a janela; apoiado com o braço entre o rosto e o parapeito, fitou a calmaria da madrugada lá fora, observava a brisa mansa bater no vidro e ficou olhando, ali perdido em seus pensamentos, abriu um leve sorriso quando percebeu que começava uma fina garoa que o fez pensar: “ onde você está?”, perdido no seu mundo de um lento movimento, gotas de chuva e uma fraca iluminação artificial, foi trazido de volta com um leve passar de mãos pelo seu peito e um simples sussurro que disse: “Vicente, amor! Vamos deitar!”



-Eu não acredito nisso Vicente! De novo essa história de escrever?!

-Eu que não acredito que nós estamos discutindo isso outra vez.

-Não seria necessária essa conversa se a primeira tivesse surtido algum efeito.

-Tanto que eu tenho um ótimo emprego, disse ele com certa ironia.

-Lindo, maravilhoso... E como você me explica todos aqueles rascunhos na sua gaveta?

-Você sabe que eu odeio falar sobre isso

-É! Eu sei que odeia, você nunca gosta de nada que diga como está errado.

-Não basta eu ter desistido da idéia de escrever por você, agora eu não posso nem mais rabiscar? Perguntou demonstrando certa mágoa

-A última vez que você começou “rabiscar“, você por pouco - disse isso apontando para si mesma - não largou a faculdade no final do terceiro ano, quase largou o emprego também, para ir com seu laptop escrever no parque.

-Meu Deus Júlia, isso foi há tanto tempo, e você ainda continua remoendo, até parece que eu saí com outra mulher.

-Mas é assim que me sinto, traída.

-Por Deus, isso não né... - e continuo a falar Vicente - Tudo tem um limite Júlia, pára de drama, nós já discutimos sobre isso e é assunto encerrado - disse já muito irritado.

- Então é assim? Tudo que eu digo é drama! - visivelmente contrariada.



Júlia engoliu seco o que estava prestes a dizer, devagar, dá as costas a Vicente que olha a cena ainda com a roupa de trabalho. Sem o paletó e com a gravata frouxa no nó, suspira e a vê seguir em direção ao banheiro, ele se joga para trás no sofá e leva as mãos ao rosto e solta um “Uhggg“ abafado... Alguns instantes, depois se levanta do sofá e desce do seu apartamento no sexto andar, vai para o bar que tem embaixo do prédio onde mora.



Duas horas depois da discussão, Júlia, deitada no sofá branco de costas para a porta ouve um mexer de chaves, e a maçaneta girar, rapidamente se põem de frente para porta com os joelhos apoiados no assento, e assim que percebe que Vicente a encara com um semblante cansado, ela abre um sorriso meio sem graça, e começa

- Desculpa “Vi“ , não queria discutir contigo, ainda mais sobre um assunto tão chato!... Me desculpe.

- Mas discutimos, achei que nem voltaríamos mais a tocar nisso.

- Eu sei “Vi“, por isso mesmo estou pedindo que me desculpe, eu estava estressada com o trabalho, tudo começando a dar errado num grande caso, cheguei em casa, encontrei seus manuscritos, enlouqueci.

- É, eu percebi que você exagerou um pouco. - Um breve silêncio se fez na sala até que ele voltou a falar. - Eu te desculpo.

- Mas que caso está indo mal? O do senhor Mathias?

- Você lembra desse caso né? Então parece que encontraram algo novo que parece que o incrimina.

- Nossa justo agora que parecia estar tudo indo tão bem.

- É! Não vamos falar disso agora... Isso quase me deixou louca hoje.

- Você que sabe...


Com um olhar curioso para as mãos de Vicente, e percebendo que ele carregava desde chegou uma sacola, Júlia ainda olhando para sacola pergunta:

-O que tem ai dentro?

Ele distraído, olha para sacola e responde com um sorriso no rosto:

-As nossas pazes.

E deixa que ela veja que dentro da sacola tem uma garrafa de vinho tinto e queijo.

-Hummm, adorei a sua idéia de fazermos as pazes.






No dia seguinte Vicente acordara tranqüilo, como todos os dias, tomou um gole de café preto, desceu pelo elevador, como não morava longe do escritório onde trabalhava, foi andando, o que lhe permitia um passeio de uns 15 minutos pela cidade movimentada logo cedo, antes de chegar ao furacão que era o prédio onde se localizava seu escritório.

Por fora uma construção grande e imponente da metade do século passado, que dava uma certa sensação de nostalgia, passando pela porta giratória, que já alçava o moderno com seu acabamento em preto e vidros reluzentes, onde era possível enxergar a si mesmo, acabava toda a atmosfera de antigo, tudo num mármore que parecia refletir todos que ali caminhavam, o que indicava a grande corporação que ali tinha sua matriz; passando pelo balcão da segurança ouviu um simpático:

-Bom dia Sr.Vicente
-Bom dia Augusto, como foi o jogo do Roberto no fim de semana?
-Oh! É uma alegria pra mim, ver meu menino jogar senhor, ele foi bem, e ainda quase fez gol, - falou emocionado; coisa de pai coruja.
-Ótimo! Espero que continue assim, ele é um bom menino.

A conversa não se prolongou nem por dois minutos, e Vicente seguiu para o elevador, que inevitavelmente nesse horário ia apinhado de gente, aperto o botão com o número 14, e no caminho deu uma olhada no seu palm-top, que vibrava dentro do paletó com duas mensagens da sua secretária. A primeira dizia “-Reunião remarcada para hoje, relatórios em cima da minha mesa, tudo ok.”, a segunda dizia: ”-Quanto ao horário da reunião, estou rezando para que o senhor esteja nesse prédio”.


Após quase duas horas de reunião, estava estampado na face de Vicente uma mistura de satisfação e extremo cansaço, se dirigiu a sua sala, onde ficou por volta de meia-hora e se despediu de Ana, sua secretária.

Saiu tão atordoado do escritório que nem se dera conta da chuva que caia lá fora, só a percebeu quando foi atravessar a rua, que o fez correr para evitar molhar-se mais, e, ao atravessar, a chuva apertou, fazendo com que procurasse abrigo debaixo de um toldo, ficou de frente para rua e costas para vitrine, estava ali única e exclusivamente para se proteger da chuva. Depois de alguns instantes parado olhando para os lados e, vez ou outra, para o céu, como quem pudesse ver quando a chuva ia parar de cair, ele se virou para loja, franziu a testa, cerrando um pouco os olhos, entortou um pouco o pescoço tombando-o para o lado esquerdo, e uma coisa lhe passou pela cabeça: ”cinco, seis anos juntos...talvez seja a hora”, e continuo a admirar a infinidade de alianças que ali se ofereciam para ele.

Vicente não pensou muito para entrar na loja, demorou, sim, lá dentro, nada poderia fugir do gosto de Julia, na verdade, essa era a desculpa, mas ali diante de tantas opções, ele nem imaginava qual delas Julia gostaria mais, no meio desse processo de escolha, ele ligou para sua secretária, e disse que ela estava de folga o resto da semana, isso numa quarta-feira na hora do almoço, era um sonho, ele só pediu um ultimo favor antes da folga de meio de semana, “duas passagens para Gramado, chalé reservado, e deixar avisado para qualquer um que o procurasse, inclusive deixar na secretária eletrônica, que ele estava morto, pelo menos até segunda”, ela sorriu e disse que antes mesmo do fim da tarde tudo estaria pronto, e as passagens estariam na portaria do prédio, com uma ordem expressa de só ser entregue ao Sr.Medeiros.
Depois de quase uma hora dentro da joalheria, escolheu a solitária, e disse o tamanho do dedo de Julia, deixou avisado que no dia seguinte voltaria para buscar a aliança.

Foi embora feliz, e nem se abalou com a chuva que continuava caindo, despenteado seus cabelos impecavelmente ajeitados para trás, ligou para Julia e disse: ”-Tem algo para fazer amanhã?”... esperou um pouco pela resposta e voltou a falar: ”-Não marque nada então, amanhã não irei para o escritório”.

Depois de passado o susto da briga da recente, Julia e Vicente, tomaram um saboroso café da manhã, com muitos risos e algumas provocações, em dado momento, Vicente lançou um olhar ao pulso, verificou as horas e disse distraidamente: “-Acho que já podemos ir”, Julia instintivamente só concordou, tomou mais um gole de café e arrancou uma uva do cacho sobre a mesa e se dirigiu para o banheiro dizendo: “-Só preciso de uma ducha”, ele entre dentes, baixinho disse: “-Esse era o meu medo”.
Enquanto Julia estava no banho, Vicente desceu toda bagagem para o saguão do prédio onde moravam, e ficou esperando ela terminar a sua “ducha” de mais de uma hora. Assim que ela saiu do banheiro, ele se pos de pé e falou:

-Amor, estou descendo - deu um selinho nela, e tornou a falar... -Já desci as malas, vou chamar um táxi.

Julia sem entender muito disse:

-Tudo bem... - quando ia tornar a falar, foi interrompida por Vicente.

-Tomei a liberdade de escolher uma roupa para você, desculpa - falou isso com um sorriso nos lábios de canto de rosto.



Por milagre como ele mesmo definiu mentalmente ela desceu em 20 minutos, quando atravessava o saguão viu Vicente tirar uma nota de R$20,00 da carteira e dar ao Seu Carlos, porteiro do turno da manhã do prédio, quando questionado Vicente disse que era um agrado por ele ter olhado as malas enquanto ele estava ausente, mas na verdade o Sr. Carlos já faturará às custas dele R$40,00, vinte reais pelas malas, e os outros vinte, que ela o viu ganhar, fora fruto de uma aposta, em que o porteiro disse que Julia desceria antes de 30 minutos e Vicente, sentenciou, “-Sem chances”.

O táxi estava estacionado na entrada do prédio, as malas foram com muita disposição e um largo sorriso, colocadas no porta-malas do veículo pelo porteiro. Chegando à estação, ainda dentro do táxi, o celular toca no bolso do sorridente Vicente, Julia logo percebe a contrariedade passando pelo rosto dele e, assim, que ele coloca o celular de volta no bolso ela pergunta:

-Vi, Aconteceu algo?

Meio sem jeito, ele responde:

-Nada que eu não resolva em uma horinha, e deu um sorriso amarelo.

-Eu posso te acompanhar, se prontificou Julia.

-Não é justo contigo, voltar e ficar plantada aguardando numa sala de espera... Combinemos uma coisa...

-Hum, resmungou ela.

-Você vai na frente, se aloja, esta tudo reservado, descansa um pouco, por que hoje, prometo, será inesquecível.

Julia via em seus olhos que Vicente estava radiante com o que prometerá, sentia que não podia negar aquele pedido.

Vicente levantou as sobrancelhas e entortou um pouco o pescoço em direção a ela, que voltou a si rapidamente e, com um sorriso, respondeu:

-Tudo bem, te esperarei no chalé, mas não demore, quero descobrir logo o que você está aprontando.

Pode deixar, você irá amar, deu um beijo em Julia e a ajudou com a bagagem, entregou a passagem dela, e guardou a sua no próprio bolso da calça, deu outro beijo em Julia e disse:

-Eu sei que nem sempre digo isso, mas prometi que hoje será inesquecível, então... Te amo.

Julia com os olhos vermelhos respondeu:

-Eu sei Vi, posso até às vezes implicar contigo, mas sei sim.

Vicente sorriu, deu outro beijo em Julia, esse um pouco mais longo, e ela tornou a falar:

-Saiba Vi que eu também te amo demais, e nada, nunca mudará isso - agora além de vermelhos, os olhos estavam marejados.

Deu tempo para mais um beijo rápido, antes do trem anunciar a partida, e Vicente disse:

-Até daqui a pouquinho, Amor!

Assim que a porta do elevador parou no 23° andar e se abriu, a figura que sua secretária viu, foi de um jovem homem que olhava distraidamente para o chão e coçava a cabeça, o som do elevador indicando que chegavam no andar, fez com que ele olhasse para frente e ver estática ali sua secretária.

Ana assim que o viu percebeu o desanimo de Vicente, o que a deixou ainda mais sem jeito do que esperava estar, afinal seu recado de última hora estava estragando os planos de retiro dele.

Vicente assim que desceu do elevador percebeu uma certa agitação por conta de Ana, ele não queria estar ali, mas com certeza, ela também não, era para ela estar de folga assim como ele, pensando nisso, logo tratou de dar um sorriso amigável como se estivesse com saudade de uma velha amiga, e disse:

- Vamos terminar logo com isso - disse sorrido, e continuou - Tem uma bela advogada e um chalé me esperando, e o que te espera Ana?

Ana mal podia acreditar no que acabará de ouvir, o homem deveria estar furioso, acabava de chegar da ferroviária só por causa da bendita reunião.

- Ana? Disse Vicente tentando manter o tom animado, e puxando conversa com sua secretária.

- Ai! Desculpa senhor... - Deu um breve sorriso e enfim respondeu - Livros, livros me esperam, música, talvez cinema, quem sabe com sorte, uma xícara de chocolate quente.

- Ótima pedida, adoro tudo o que você disse, principalmente os livros, e a música, Vicente agora sorria sem nenhum esforço.

- Gosto muito de música, mas livros são minha paixão senhor, estou no último ano de letras, amo ler.

-Desculpe, mas... senhor? Não precisa disso, Vicente fez uma pequena pausa e continuou, entendo que seja uma questão de educação. Mas...

- Mas? Olhou espantada Ana
- Quando estivermos assim, só nós dois, por favor, me chame de Vicente.

Era verdade que não trabalhava ali há muito tempo, mas, desde que foi contratada, há dois meses, nunca haviam conversado daquela forma. Ele sempre fora educado, em momento algum a tratou mal, sempre atencioso com o serviço. Mas nada tão humano, Ana sempre o imaginou frio e distante.

-Concorda? Disse Vicente para sua secretária
-Sim. Claro, como o senhor qui...

Os dois riram, Vicente que estava com a mão no bolso, a levou até o abdômen e a boca por causa dos risos. Ana se permitiu naquele momento, sem nenhum tipo de premeditação, apoiar-se no antebraço de Vicente, que não se incomodou, pelo contrario de um modo curioso até gostou.

Distraídos pelo desenrolar da conversa, não repararam que se aproximava alguém, que cortou o riso dos dois de modo seco:

- Medeiros! O que faz ai meu rapaz? O senhor olhou para os dois e completou sua frase. Venha logo, estamos te esperando.

O homem que interrompera a conversa era Siqueira, que olhou Vicente dos pés a cabeça, com um ar de desaprovação ao rapaz. Vicente vestia uma camisa de manga comprida com gola em V, jeans e sapato. Já Siqueira estava de terno, paletó e gravata.

Tanto Vicente quanto Ana imediatamente ficaram quietos.

- Estou indo Siqueira, um minuto apenas! Só irei pegar algumas coisas.
-Um minuto Vicente! Um minuto! Disse o velho Siqueira, partindo pelo mesmo corredor que havia vindo.

-Me desculpe. Disse ele virando-se para Ana, que já estava nesse momento de volta a sua mesa.
-Não! Que isso senh...Vicente. E lhe deu um sorriso, logo ela mesma tornou a falar - Vamos terminar logo com isso. Dizendo isso entregou ao chefe uma pasta com diversos relatórios.

Vicente pegou a pasta, virou-se, e começou a andar em direção ao corredor que Siqueira havia seguido. De repente parou, olhou para Ana e disse:

-Desculpa mais uma vez, e... Obrigado por estar aqui. Após um curto silêncio, falou novamente. Pode ir embora se quiser.

Ana sem reação, só conseguiu dizer:
- Obrigada Vicente

Ele apertou os lábios formando um sorriso, e seguiu pelo corredor.







Anderson Rodrigues



^PAR^



PS.: Sempre existe uma musa inspiradora, mesmo que essa não apareça, ou não pareça pertencer a um certo tempo.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Presente Inesperado

Olá, bom dia.

Hoje é o dia de uma pessoanhia muito especial. Que faz parte da mulher que amo e parte de mim, assim como da minha vida. Por isso dedico a ela tanto esse dia, como o texto que posto, por que ela ajudou a construir tudo isso! 








 Presente Inesperado



 

Você veio a mim como uma surpresa.
Quando me disseram de ti a primeira vez
houve uma suspeita de que eu não gostaria,
de que não a receberia bem.
Mas ... Como não o fazer ?
O rosto de quem te carregou
era um misto de temor e expectativa
enquanto eu ouvia, e depois
meu sorriso começou a se abrir,
e a cada palavra que falava sobre você
me deixava ainda mais feliz.
Um presente que eu não imaginava receber.
Mas com certeza, muito mais do que eu poderia imaginar.
Osorriso que se formou no rosto da sua mãe
era divino.
Nada pode explicar como ela reluzia diante a magia
de te ter no seu ventre,
olhar sua face, seus olhos
ver seus labios desenhando um suave sorriso.
Com certeza era um sorriso
divino, como não seria?
puxou a mãe.
E como não te amar?
extensão de quem eu chamo de vida
que se multipla
que se maxima
Duas, que as vezes vejo a mesma uma
onde reencontro uma linda mini-mãe.
E assim
Simples e perfeito 
Divido a cama com duas anjas.



Anderson Rodrigues


^PAR^