quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Estrada

Boa Noite, 

Espero que todos tenham tido uma ótima semana, e que a semana que esta por vir seja ainda melhor. Agradeço a todos que visitam, que seguem e que estão conhecendo o blog e o meu trabalho.
Hoje dou uma breve pausa na história "Suspiro de Outrem" para postar um texto que se encaixa perfeitamente no seu contexto.

Boa Leitura










Estrada



Não enxergo adiante
porém, sigo
Sinto, mas não vejo
então, corro
O ar gelado bate no meu rosto
tras uma leve brisa,
o cheiro da maresia.
Os passos
no asfalto cru, solido
contrasta com o brilho opaco
de uma manhã invernal.
Mas os tons cinzas
dessa manhã
não contrariam
o pouco que os meus olhos veem.
Meus pés me levam adiante
o bater do meu coração
me lembra que aqui ainda estou,
mas meus olhos,
outrora encantadores
já não dizem a mesma coisa.
Mas eu continuo.
Aqui!
No momento
Só eu e a estrada



Anderson Rodrigues


^PAR^


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Suspiro de Outrem

Bom dia.

Como foi a primeira semana do ano? Espero que tenha sido ótima, e repleto de boas novas, e esse desejo fica para todo 2012. Espero também que tenham gostado do novo blog, e do texto que postado.Hoje publico a continuação dessa personagem que vem tomando vida a cada linha escrita, e a participação de vocês é que torna possível.

Uma ótima semana para todos. 


e Boa Leitura







Suspiro de Outrem - Parte 2



As músicas foram rolando e em dado momentos elas não faziam a menor importância. Absorto em meus pensamentos, sentindo o vento gelado que vinha do mar, e o cheiro da maresia, eu estava tão habituado a tudo isso que não nem percebia. Meus pensamentos vagaram para uma manhã muito distante e diferente daquela. A mente às vezes lhe prega peças. O Sol estava deixando a manha clara e o céu azul, a areia fofa passava pelos vãos dos meus dedos, ainda tão diminutos, um sorriso feliz no rosto, as mãos dele se encaixaram debaixo do meu braço, e me levantou no ar, eu podia sentir o vento soprar fraco ainda no rosto, ele também parecia feliz, pelo menos ali, naquele momento, naquele dia, ele estava.

Hoje o dia estava nublado, frio, parecia que iria chover a qualquer momento, eu amo o tempo assim. O vento ficou mais forte quando passei a correr em paralelo à praia. Aquele dia não parecia que ia ser dos meus melhores. Minha mente não estava colaborando, cada música trazia uma lembrança, me lançava a um lugar onde eu não queria estar naquele momento, e antes mesmo que eu percebesse começou "thank you for loving me " (Bon Jovi) e  fui atirado a outra cena que não queria que existisse, a chuva batia na janela no meio da madrugada e ela me abraçou forte, eu meio sonolento virei para ela, e fui despertado por um beijo extremamente carinhoso,  ela veio por cima de mim, subindo e descendo lentamente com os olhos fixos nos meus, minhas mãos percorriam seu corpo, e nossas bocas se encontravam e antes de chegar ao gozo, ela mordia os lábios, olhando-me intensamente, que me amava, e que sempre me amaria como a nenhum outro. Dormimos abraçados, acordei e tateie a cama, levantei e fui ate a cozinha, debaixo da minha xicara de café recém-feito um bilhete, com os dizeres: "-Eu Te Amo, e sempre te amarei como a nenhum outro...mas, não posso continuar com você!"

Uma buzina soou, meu despertador? Ali era muito duro, frio e úmido para ser minha cama. Alguém levantou minha cabeça, tirou meu capuz, e me deu uns tapas no rosto. Eu senti, mas não via nada além de breu, tenho certeza que estou com os olhos abertos, ou não estou? Eu pisquei, e vi alguma claridade, o céu esta cinza, como eu me lembro dele, pisquei algumas outras vezes para conseguir focar algo, eu recebi mais uns dois tapas no rosto que contribuíram bastante para eu focar algo, mas um segundo antes de focar aqueles olhos, uma mão delicada, correu suavemente pelo meu rosto, tirando alguns fios de cabelo da minha face e cortando por alguns segundos o cheiro da maresia, um cheiro agridoce suave, e seus olhos violeta. Depois simplesmente apaguei, e as vozes, poucas sumiram de vez.



Anderson Rodrigues




^PAR^







domingo, 1 de janeiro de 2012

Suspiro de Outrem

Bom dia 1° 

Pode parecer a muitos estranho um novo blog,mas pensem somente como uma nova etapa de um caminho que todos temos que percorrer. Desejo que todos tenham tido uma ótima passagem de ano, e que 2012 de todos seja repleto de boas coisas, realizações, saúde e alegria.

Um Feliz 2012 para todos e...

a Todos uma Boa Leitura





Suspiro de Outrem 




Em um comodo escuro, diante de uma porta que só podia distinguir suas medidas pelo fraco feixe de luz que escapava por debaixo da mesma, podia ouvir um som fraco, parado diante da porta, fez um esforço para ouvir melhor e reconheceu entre soluços abafados, um choro quase sem forças, sua mão se precipitou para a maçaneta, mas apesar de girar ele não se movia meio centimetro que fosse. Tentou novamente abri-la agora com mais força, mas a porta continuava imovel. Lá dentro percebeu que a voz emudeçera, já não mais ouvia soluço ou choro, tentou mais uma vez abrir, quando ouviu uma voz feminina fraca, quase inaldivel dizendo "Não, por favor, não!", o choro agora era um pouco mais alto, mas era possível perceber a tentativa de omiti-lo. Nessa hora com o coração acelerado, sem saber o que fazer, ouviu passos as suas costas, e uma voz rouca perguntar "Tem alguém ai?",  prendeu a respiração, e os passos se tornaram mais próximos, mesmo sem poder ver nada diante dos seus olhos, as palavras gelaram todo o sangue das suas veias, a voz rouca agora susurrava so seu ouvido "Ela....é minha, só minha!", seu coração parou.


Felipe acordava no seu quarto; sentado na cama, com o corpo todo suado e gritando, o mesmo sonho mais uma noite, e a cada noite ficava pior, ele ja não conseguia voltar a dormir, levantou e saiu da cama indo em direção a cozinha do seu pequeno kitnet, bebeu um gole d'agua, foi até o banheiro, lavou o rosto, tirou alguns fios de cabelo do rosto, prendeu em um coque atras da cabeça, vestiu agasalho e tenis, pegou seu mp3 em cima do movel, antes de sair de casa, verificou o relogio na parede, 5:47, e pensou consigo mesmo "boa hora para ouvir música ao ar livre", fechou a porta as suas costas e ao som de "Highway to the hell" do ac/dc ele enfiou o capuz na cabeça e começou a correr.




Anderson Rodrigues





^PAR^